Como eu já havia dito eu não entendo nada de política, mas sou uma cidadã
e como tal eu gosto de acompanhar o que acontece no meu país, por isso resolvi
falar sobre esse mi mi mi todo a respeito da vinda dos médicos estrangeiros,
especialmente os cubanos.
Primeiro não acredito que exista preconceito com relação ao fato dos
médicos serem cubanos, chineses, americanos, africanos, etc, nem mesmo por
parte desses médicos cearenses que, desrespeitosamente, vaiaram os médicos recém-chegados,
acredito que isso tenha sido apenas uma forma de protesto contra o governo com
relação a alguns pontos desse programa.
A começar pela revalidação dos diplomas, se qualquer médico estrangeiro
que quer trabalhar no Brasil tem que fazer esse exame, o tal do revalida, se
até os médicos brasileiros formados no exterior tem que fazer o exame para
validar o diploma no país porque esses médicos não podem fazer? Até mesmo para
provar que estão aptos para atender o povo, ou será que para atender os pobres
tanto faz? Qualquer coisa serve? Eu, felizmente, não dependo do SUS, mas nunca
se sabe o dia de amanhã e, como cidadã, eu espero, sinceramente, que não seja
isso.
Agora, tenho absoluta certeza de que a grande maioria dos brasileiros não
tem preconceito contra os cubanos, pelo contrário, os brasileiros estão é indignados
com a maneira como eles são tratados pelo próprio governo, afinal vivemos num
país democrático e livre (graças a Deus ou ao que quer que seja!). Eu falo por
mim, não consigo aceitar certos pontos, por exemplo, porque eles não vão ganhar
o mesmo que os outros? Porque eles não tem o simples direito de ir e vir? E já
que esse dinheiro não vai pra os médicos, que seria o justo, porque eu vou
aceitar que o meu governo patrocine a múmia comunista do Fidel Castro? Yo, soy
contra!
Mas não é só isso, outra coisa que me
incomoda, e tenho certeza de que a muitos brasileiros também, é o modo como o governo
está “vendendo” a vinda desses médicos para o povo como se isso fosse a grande
solução para o problema de saúde no Brasil e vamos combinar, não é.
Vamos pensar, com mais médicos vai ficar
mais fácil marcar uma consulta, legal, bacana, sujeito vai lá marca a consulta
e fala para o médico: “Dr. Eu estou com uma dor aqui na barriga do lado
esquerdo...” o que o médico vai fazer? Pedir um exame, é claro, afinal de
contas pode ser um milhão de coisas, apêndice, rins, vesícula, sei lá. Daí o
sujeito, que mora lá no interior do interior de São Paulo, vai lá marcar o tal
exame e descobre que lá não faz esse exame porque não tem o aparelho, ou fazia,
mas o aparelho está quebrado ou tem o exame mas só pra dali a 3 meses, ou seja,
não vai adiantar nada. Isso sem falar na falta de materiais mais urgentes de
sutura, agulhas, gaze, macas, cadeiras de roda, etc, etc, etc.
Enfim, talvez não seja de mais médico que
o Brasil precise, mas de mais educação, educação para que esse povo não seja
enganado nem por esse, nem por nenhum governo, educação para que as pessoas
aprendam a não aceitar tão pouco, porque não é pouco o preço que pagamos por
tudo nesse país.
