terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Desculpe informar mas o mundo não é só das mulheres!

Hoje o programa Profissão Repórter irá abordar o universo do movimento feminista, o assunto por si só já não me agrada muito porque não me sinto representada por esse movimento do jeito que ele é.

Mas o que mais me chamou a atenção, o que me deixou realmente indignada e que me faz ter a certeza de que esse tal movimento realmente não me representa, foi a fala de uma moça na chamada do programa. A tal moça abriu uma empresa de serviços de manutenção, dessas do tipo marido de aluguel, tipo aquela empresa da Pereirão, personagem da atriz Lília Cabral em uma novela da Globo, muito legal a iniciativa, ótimo saber que as mulheres estão conquistando espaço num universo até então totalmente dominado pelos homens, além de ser uma ideia bacana pois muitas mulheres realmente se sentirão mais à vontade, especialmente as que moram sozinha, embora eu mesma nunca tenha tido nenhum problema com esse tipo de serviço e não tenha problema algum em chamar homens pra isso.

Enfim, o problema é que a moça resolveu usar o pior meio de divulgação do seu trabalho ao dizer que todas as vezes que ela precisou de um serviço desse tipo e chamou um homem para realizá-lo ela teria sido assediada, não estou negando que existam homens que se aproveitem do fato de uma mulher estar sozinha em casa para fazer isso ou ainda homens que achem que porque quem o contratou foi uma mulher ele pode passar a perna no preço ou na qualidade do serviço, como se toda mulher fosse burra. Mas daí a dizer que todo homem que trabalha com manutenção, todo pedreiro, pintor, encanador são estupradores em potencial é o mesmo que dizer que toda empregada doméstica é ladra, aposto que se alguém dissesse isso em um programa de televisão daria início à terceira guerra mundial, mas pois é, eu tenho uma revelação a fazer, alguns seres humanos são desonestos e alguns trabalham como empregada doméstica e algumas pessoas tiveram o azar de contratar essas pessoas desonestas para trabalhar em suas casas e talvez essa moça tenha tido o mesmo azar ao contratar homens pra fazer algum tipo de serviço em sua casa.

Agora, o cara junta todo seu suado dinheirinho para abrir uma empresa honesta de manutenção, presta um serviço bacana, com qualidade, preços justos e respeito aos clientes para vir essa doente e denegrir a imagem do serviço dele só porque ele é homem?! Pra começar eu acho isso uma grande falta de respeito, muitos desses homens são pais de família, poderiam muito bem ser meu pai, meu tio, meu irmão e tenho certeza de que nenhum deles são estupradores em potencial. Até porque se formos pensar assim então não andaremos mais de táxi conduzidos por homens, não iremos a médicos homens, etc, o que essas mulheres querem, um mundo só de mulheres? Se depender delas então o mundo acaba porque ninguém mais vai procriar, é isso? Eu não quero isso, eu só quero respeito aos meus direitos, e sabe quais são os meus direitos? Os mesmos que os dos homens pois somos iguais, e é esse o tipo de luta que eu espero de um movimento feminista!

E como diria Reinaldo Azevedo #prontofalei

terça-feira, 3 de novembro de 2015

O Choro é Realmente Livre

Muita gente tem elogiado o programa Master Chef Jr, pelo talento surpreendente das crianças na cozinha, claro, mas principalmente pela espontaneidade e cumplicidade entre elas, por mais que elas sejam competidoras entre si, elas se ajudam, trocam dicas, alimentos, etc. Vejo muita gente se questionando porque perdemos isso tudo quando nos tornamos adultos, sobretudo a capacidade de se colocar no lugar do outro e de sentir suas dores, eu concordo, não deveríamos mudar isso nunca em nossas vidas. 

Mas tem uma outra característica das crianças que, particularmente, tem me chamado a atenção, o choro. As crianças choram muito fácil, choram porque acham que não conseguirão finalizar o prato a tempo, choram porque acreditam que não realizaram a tarefa do jeito correto, porque seu prato está feio, etc, e todo mundo acha fofo, não é mesmo? Então porque na edição dos adultos quando os participantes choravam, quase que pelos mesmos motivos, todo mundo dizia que era frescura? Porque perdemos nossa capacidade de chorar? Ou pior, porque reprimimos  tanto nosso choro? 


Me lembro que uma vez, quando criança, devia estar na primeira série do ensino fundamental, estava chorando por ter feito alguma coisa errada na minha lição e uma professora me disse que se chorar resolvesse algum problema os adultos estariam todos chorando, sempre achei que isso tinha me ajudado a me tornar um adulto mais forte e que isso era uma coisa boa, mas hoje eu penso que não, porque isso me fez reprimir tantas lágrimas por medo de ser considerada fraca ou fresca. Besteira, pura baboseira da sociedade. 

Por isso que hoje eu sou a favor do choro livre, seja você homem, mulher, transsexual, não importa, se der vontade de chorar, chore, chore mesmo, como diriam os menudos (só entende quem tem mais de 30!), não se reprima. Chore de raiva do chefe, chore porque aquele cara com quem você estava adorando sair não quer mais sair com você, chore porque o pneu furou, porque seu time perdeu, porque seu time ganhou, porque o arroz queimou, porque a novela te emocionou, porque te deu vontade, simplesmente chore, porque ao contrário do que eu sempre pensei chorar não é sinal de fraqueza, chorar pode até parecer que não resolve nossos problemas, mas relaxa, alivia o estresse e te faz olhar para você mesmo com mais clareza e quem sabe até enxergar a solução para algum problema que tanto te incomoda (#ficaadica querida professora!).

Portanto, um brinde aos chorões, com muita água pra hidratar!





terça-feira, 7 de abril de 2015

O Mundo Está ao Contrário e Ninguém Reparou!

Ando tão triste com os rumos que as coisas estão tomando no nosso país, não sei nem se é exatamente essa a palavra, desanimada talvez seja mais adequado. É tanto mi mi mi por tudo e qualquer coisa, e por coisas que pra mim não fazem o menor sentido que eu estou me sentindo a própria Cássia Eller: "o mundo está ao contrário e ninguém reparou..." 

Outro dia, por exemplo, eu quase atropelei um motoboy de propósito porque ele estava na contramão, claro que eu não ia fazer isso, mas eu avancei um pouquinho com o carro só pra dar um susto nele, lógico que ele todo ofendido veio tirar satisfações e me disse: "vai passar por cima mesmo tia?!", eu só respondi: "você está na contramão!" E continuei meu caminho. Quando eu contei isso para algumas pessoas levei a maior bronca e ouvi coisas do tipo: "você é louca", "vai morrer", "não faz isso", etc. Realmente, depois fiquei pensando, já pensou se eu atropelo mesmo ele? Iam dizer, olha lá a Patricinha (sim, porque eu sou branca e loira e, como todo mundo sabe, automaticamente ryyyyyycccaaaa!) só atropelou o cara porque ele era pobre, não suporta pobres, coitadinho do pobre trabalhador, etc, etc, etc, mas ninguém ia querer saber que ele era um puta folgado, que estava andando pela contramão enquanto o farol não abria, desrespeitando a lei, é certo isso?! 

Entendem onde eu quero chegar? Será que não estamos dando poder demais para as pessoas erradas, ou, melhor dizendo, para os que querem fazer coisas erradas e estão se escondendo atrás de uma condição de vítimas pra isso? Até concordo que até bem pouco tempo havia um grande preconceito com os pobres, especialmente os negros, eram todos considerados marginais, se morava na favela era bandido, mas de repente migramos para o lado completamente oposto, como se todo pobre ou negro, ou gay, tivesse licença para fazer qualquer coisa, parece que ninguém mais quer saber do contexto. Ei, espera aí, toda pessoa antes de ser pobre, negra, branca, japonesa, homossexual, etc, é uma pessoa, logo, pode ser boa ou ruim e pode estar certa ou não. Para mim, ISSO é igualdade!

Como no caso recente do cantor Mano Brow, agora estão dizendo que a polícia foi truculenta com ele, será que foi mesmo? Espero sinceramente que ele não esteja fazendo isso, para que eu não perca totalmente a minha fé no ser humano, mas será que ele também não está se valendo desse mi mi mi pra se livrar de um erro que ele mesmo cometeu? 

E sabe o que é pior? É que as pessoas estão com medo, ninguém quer tocar no assunto com medo de ser considerado preconceituoso, ninguém quer ficar de fora do 'politicamente correto', sendo que fazer a coisa certa, ser honesto, seguir as regras, nada tem a ver com cor da pele, opção sexual ou classe social, tem a ver com o ser humano! Os motoboys, por exemplo, em sua grande maioria, salvo raras exceções, fazem o que querem no trânsito das grandes capitais, ah mas não vamos falar nada porque é perigoso, assim como não vamos falar nada pra pessoa que está sentada no lugar preferencial sem necessidade porque ela pode ficar brava, enfim, são pequenas coisas com as quais eu não consigo me conformar, ou eu me resigno e vivo triste, como estou me sentindo agora, ou eu vou morrer tentando mudar o mundo, ainda não decidi....