segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A Classe "Mérdia"

Como eu já disse anteriormente eu não manjo nada de política, apesar de gostar sei que ainda tenho muito a aprender e confesso que não o faço por pura preguiça, mas sendo formada, pós graduada e curiosa como sou, acredito que tenha o mínimo de discernimento para formar alguma opinião a respeito do assunto.

Muito se tem falado ultimamente sobre a elite, já até escrevi sobre isso, sobre essa separação ridícula entre pobres e ricos, mas esse, para mim, é um assunto que nunca se esgota, especialmente agora, com o resultado das eleições, tenho lido muitas coisas bizarras e absurdas do tipo: os empresários estão reclamando da carga tributária porque não querem que 0,45 centavos sejam destinados ao bolsa família, os ricos não estão nem aí para os pobres, o que eles querem é beber champanhe e viajar para Paris, entre outras coisas muito mais ridículas, e aí eu fico aqui como uma formiguinha no meio de um monte de elefantes querendo ser ouvida, gritando: ei, eu tô aqui!

Sim, estamos aqui, a classe "merdia", como diria meu saudoso e muito perspicaz pai, pode ser realmente que a vida esteja muito boa para quem tem muita, mas muita grana, para os ricos de verdade, pode ser realmente que eles não estejam nem aí para a miséria do país, até mesmo porque eles podem se mudar do país a qualquer momento e no final realmente não são eles que pagam a conta, quem realmente paga essa conta e sempre pagou nesse país somos nós, aqueles que não tem direito ao tal bolsa família ou subsídio nenhum do governo porque ganham a imensa fortuna de 2000, 2500 reais por mês, e com essa fortuna nós temos que pagar o aluguel, comprar comida, pagar a conta de luz, impostos, e, ah uma escola particular para os nossos filhos porque não temos coragem de deixar a criança nas mãos de uma escola pública.

Ah, não terminei ainda, essa pessoa tem carro também, mas só usa de final de semana pra economizar, então durante a semana essa pessoa pega ônibus e metrô lotados e quando reclama da falta de educação das pessoas a sua volta ainda sofre preconceito, por se vestir bem e ter cara de "Patricinha" / "Mauricinho" as pessoas pensam que ela não está acostumada a usar o transporte público, sim, temos que aguentar mais essa. Pensa que é só? Não, eu ainda não acabei, essa pessoa ainda tem que dar um jeito de pagar um seguro e colocar um insulfilm no seu carro porque a qualquer momento pode vir uma "vítima da sociedade" e assaltá-la, levando tudo aquilo que ela conquistou com trabalho e honestidade.

Fácil né? Não, mas eu não tenho direito de dizer nada disso. Alguns adeptos do socialismo esquerdopata que tomou conta do nosso país vão dizer que eu estou errada, que eu não gosto de pobre, que eu não sei o que é ser miserável, não, felizmente, realmente não sei o que é ser miserável, mas sei o que é ser mágica, o que já é bem difícil. Não sou contra programas sociais, acredito que muitas pessoas na extrema pobreza realmente precisem de uma ajuda pra começar uma vida digna, mas sou totalmente contra a dependência das pessoas a esses programas, e se essa dependência só cresce ao invés de diminuir é porque tem alguma coisa muito errada! 

Enfim, não sou rica, não sou elite, sou branca mas estudei a vida toda em escola pública, como muitos outros brancos, e por isso sou totalmente contra cotas por raça, porque aliás, racista é quem classifica as pessoas dessa forma, negros, brancos, japoneses, gays, lésbicas, evangélicos, católicos, umbandistas, somos todos iguais e a única coisa que eu quero é um governo, um país, um povo que não me rotule, que não pregue o ódio entre as pessoas! 

Aliás, cuidado com o seu ódio porque a próxima vítima dele pode ser você! 



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